Como escolher uma escola para meu filho disléxico?

Como escolher uma escola para meu filho disléxico?

Esta é uma pergunta que já me fizeram muitas vezes. O que é melhor escola grande ou escola pequena onde personaliza o ensino? Posso assegurar que não existe uma fórmula mágica, mas posso dar algumas dicas.

O meu filho, o Pippo,  passou por várias escolas: grandes e pequenas e descobri que não é o tamanho da escola que fará seu filho ser bem sucedido nela, e sim como a escola encara a dificuldade do seu filho, no caso a dislexia.

Num primeiro momento acreditei que uma escola pequena traria bons resultados, mas ele havia saído de uma e ela não sabia o que fazer com a falta de atenção dele. E a escola grande? Esta queria alunos ”perfeitos” e que não dessem trabalho para os professores ou para a Orientadora Educacional/ Pedagógica…

Então? Como escolher?

A ESCOLA É A EXTENSÃO DE CASA

Em primeiro lugar a escola deve estar afinada com o tipo de educação que você dá a seu filho em casa. Se você é mais rigoroso com os estudos de seu filho, acompanha o dia a dia escolar, uma escola mais “light” não é a melhor opção. Se você pretende “terceirizar” a educação de seu filho este tipo de escola não o agradará. Lembre-se: você dá educação a seu filho e a escola dá formação…. e deve cobrar por isso.

A ESCOLA DEVE PREPARAR SEU FILHO PARA O MUNDO LÁ FORA

Quando falo em cobrar, refiro-me a provas, trabalhos escolares, lição de casa, etc… Escola que não dá lição de casa, perdoem-me os pedagogos de plantão… não serve!. A vida não é fácil para quem é ou não disléxico! E o primeiro aprendizado é na escola. Trabalhar a disciplina, a organização, que você como pai ou mãe deve ajudar a escola com a organização do seu filho, é o primeiro passo para o sucesso acadêmico dele.

LEMBRE-SE: NENHUMA MATÉRIA É INÚTIL

Nunca desautorize o professor (a) de seu filho. Ele(a) , mais do que ninguém sabe a importância do conteúdo programático que está sendo lecionado. Se tiver alguma dúvida, a escola em questão deve permitir um agendamento com os pais para sanar quaisquer dúvidas sobre a matéria em questão. Digo isto, pois como professora já ouvi de muitos pais algumas reclamações do tipo: “Por que meu filho precisa estudar geografia? É uma matéria inútil? Quando ouço este tipo de observação, respiro fundo e penso: “Seu filho deve se tornar um ser humano melhor do que você, não porque estuda geografia, mas porque poderá perceber a importância de algumas disciplinas lecionadas na escola, para sua vida pessoal e para sua vida profissional…”

DIREITOS GARANTIDOS

A escola escolhida permite ao aluno disléxico, provas orais? Permite provas com duração maior para alunos com esta dificuldade? As provas são impressas na fonte 14 e o espaçamento é duplo? Se sim, você já pode simpatizar com a escola escolhida.

ABRINDO CAMINHO PARA O FUTURO

Lembre-se: Você será um parceiro(a) da escola do seu filho. Acompanhe o dia a dia escolar dele. Estude com ele para provas, acompanhe datas de entrega de trabalhos… Acompanhe a lição de casa dele. Você verá que ao fazer isso no Fundamental I, ao chegar no Fundamental II ou no Ensino Médio, sua intervenção será cada vez menor, porém, nunca perca seu filho de vista…. quer seja na escola ou longe dela.

Confira outros artigos do DislexClub voltados para mães e pais de disléxicos aqui.

17 Comentários


  1. Como família, estamos envolvidos com a divulgação do que é dislexia e com a prevenção e reeducação do disléxico há mais de 30 anos. Tivemos contato com escolas americanas e italianas no trato com disléxicos e porque tenho 2 filhos cim essa dificuldade que estudaram em escolas americanas e brasileiras, escrevi o primeiro livro sobre dislexia no Brasil: Dislexia – Você Sabe o Que É?, com o sub´título: Inteligente, Mas Aprende de Maneira Diferente!
    E minha filha Monica, que direcionou seu curso de Psicologia à área do ensino diferencial nas dificuldades de aprendizado, morou nos Estados Unidos e também acompanhou o ensino básico de sua filha disléxica em escola da Itália(hoje ela tem 20 anos de idade). Monica compôs o primeiro Programa de Ensino para disléxicos no idioma português-brasileiro.
    Com esta brevíssima síntese de vida com a dislexia, de estudos, pesquisas e assistência na reeducação a disléxicos, posso assegurar:
    para que o disléxico vença suas dificuldades, ele tem que receber um diagnóstico realmente procedente, que analise suas dificuldades e talentos, e que seja absolutamente considerado seu perfil individualizado de aprendizado na elaboração de seu programa pessoal de ensino. Providência tem a essencialidade de ser realizada por especialista, profissional que também pode desenvolver o programa de ensino então delineado, ou orientar e dar apoio ao alfabetizador.
    Estes especialistas ainda são raros em nosso país. Mas já existem. E com um ensino que tem reiterada comprovação científica, temos testemunhado que o disléxico pode vencer suas dificuldades. A Ciência da Leitura tem evoluido muito atualmente. E começa a esboçar-se uma real vontade política de aperfeiçoamento de nossa Educação, de adequação escolar a todos os nossos alunos.
    Qualquer que seja a Escola, o especialista capacitado e o professor de vocação, treinado e assistido constituem a chave-mestra para o aprendizado do disléxico na escola, que traz o sucesso em sua vida pessoal e na conquista de um trabalho digno.

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    1. Concordamos com tudo o que você diz Zeneida e assinamos em baixo! Mas acho que você não entendeu a proposta dos textos da minha mãe. Tudo o que ela escreve e escreverá diz respeito a família, direcionado à família, mais especificamente aos pais. Ela trás dicas importantes sobre quais as atitudes os pais devem tomar para auxiliar seus filhos de forma eficaz (se o que ela fez deu certo comigo, por que deixar isso em segredo?). Como você diz, o “o professor de vocação, treinado e assistido constituem a chave-mestra para o aprendizado do disléxico na escola” – nós concordamos com tudo isso mas ela é apenas UMA PEQUENA parte que forma toda a peças chave, a escola é fundamental mas e a família?. Muitos pais se sentem perdidos e desorientados, pois não sabem como lidar com as dificuldades dos filhos, e essa angustia por vezes rega um turbilhão emocional fazendo com que muitos pais se sintam inseguros, não tendo confiança em quais atitudes tomar. E é para ajuda-los que minha escreve 😉

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      1. Oi Pippo
        Descobri que minha filha tem dislexia.
        Ela tem 8 anos, está no terceiro fundamental e não sabe ler ainda.
        Ja passamos por inumeras escolas mas ha 3 anos parece que ela esta esgnada pq não conseguimos uma escola que nos de o suporte necessário.
        Ela é muito viva e esperta e fica muito triste quando vê que tenta, tenta e nunca chega ao nivel dos colegas.
        Na minha opinião é que as tentativas não estão sendo feitas da forma correta.
        Gostaria de saber qual a escola que conseguiu te ajudar melhor, além de psicopedagogos e fonoaudiólogos?
        Moro em SP capital

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        1. Tenho um filho de 12 anos disléxico, atualmente no 7 ano do ensino fundamental no Colégio Albert Sabin. Uma escola tradicional e com muito conteúdo de SP. Ele foi diagnosticado aos 6 anos, no inicio do processo de alfabetização, quando já estudava lá. Nunca foi fácil, mas a parceria família e escola é que tem sido fundamental para o sucesso. Ele faz fono, psicopedagoga, algumas aulas de reforço de português e a escola reconhece todo o esforço dele e dá valor ao conhecimento adquirido, muito mais que à escrita. E principalmente, ele está feliz lá. O fator chave do sucesso é sim a parceria e o indicador é a felicidade da criança.

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  2. Gostei do artigo, Maria Virgínia. Eu tento lembrar a meu filho que o mundo não está adaptado para os disléxicos e que ele tem de , na medida do possível, entender a linguagem dominante, ainda que conserve seus métodos próprios de aprendizagem. Tenho uma escola, cujas atividades se encerram definitivamente no final deste ano de 2015, e observo que o maior problema são os pais, que se recusam a cumprir seu papel, principalmente se recusando a entender as limitações do filho e que a família também tem papel crucial na aprendizagem.

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  3. Cheguei a metade do texto e vi logo que apesar de ser atenta em tanta coisa por exemplo com o meu filho dislexico com a minha filha tenho errado tanto. Exijo dela mas não lhe dou o apoio. Não há desculpa mas o facto de ela achar sempre que sabe tudo e não ser humilde para aceitar a ajuda faz com que me afaste.

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    1. O meu filho faz o mesmo… Fico muito frustada ele tem 11 anos e foi diagnosticado ano passado. Assim mesmo com as rebeldias dou todo o suporte a ele diariamente… Vim a descobrir que outros colegas sem dificuldades reagem da mesma maneira coisas da idade. As notas dele são ótimas em todas as matérias… Ele não se deixa abater e a dislexia não é desculpa para ele. Também descobri que cada disléxico tem a sua dificuldade no caso dele é no processamento auditivo e memória,essa última as vezes supreendentemente não falha… Bom a minha maior dificuldade tem sido a escola mas acredito que finalmente achei a que vai ser mais adequada a ele pois tem a ver com o que acredito ser melhor para ele que é estudioso. É uma luta incessante mas já ouvi depoimentos de mães que dizem valer a pena . Esse blogue é muito importante obrigada por dividirem suas experiências.

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    2. O meu filho as vezes não aceita minha ajuda diz que não sei ensinar… Fico muito frustada ele tem 11 anos e foi diagnosticado ano passado. Assim mesmo com as rebeldias dou todo o suporte a ele diariamente… Vim a descobrir que outros colegas sem dificuldades reagem da mesma maneira coisas da idade. As notas dele são ótimas em todas as matérias… Ele não se deixa abater e a dislexia não é desculpa para ele. Também descobri que cada disléxico tem a sua dificuldade no caso dele é no processamento auditivo e memória,essa última as vezes supreendentemente não falha… Bom a minha maior dificuldade tem sido a escola mas acredito que finalmente achei a que vai ser mais adequada a ele pois tem a ver com o que acredito ser melhor para ele que é estudioso. Realmente nem sempre o laudo ajuda, esse ano tive que tirar ele da escola pois o professor disse que ele seria reprovado depois de 3 semanas de aula e que o laudo não era claro…. Fiquei chocada, pois as notas dele foram muito boas no ano passado .
      É uma luta incessante mas já ouvi depoimentos de mães que dizem valer a pena . Esse blogue é muito importante obrigada por dividirem suas experiências. Tem um depoimento de uma mãe sobre o Kumon para o meu filho o português não funcionou pois as letras que usam nos textos não são bastão e para a alfabetização não deu certo… Mas matemática foi maravilhoso, como tinha dificuldade em português passou a ser importante para a autoestima dele… Aí ele viu que conseguiria vencer e assim vem vencendo as suas dificuldades super recomendo e o português para quem já é alfabetizado.

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  4. Os professores precisam de orientação nem todos sabem como lhe da com um aluno disléxico pois, pude constatar isso nas reuniões do meu filho e percebi o quanto alguns professores estão despreparados para essa realidade dos alunos disléxicos alguns ignoram isso como falta de interesse do aluno. Fiquei muito triste ao ouvir de uma professora dizer que o meu filho estava se escondendo atrás de um laudo para não estudar, quando ele não queria mas ir á escola isso quem falou foi uma professora do colegial o que esperar de professor que fala isso de um aluno? Não tenho duvida que esse professor não conhece a realidade de um aluno disléxico.

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  5. Pippo, gosto muito dos seus comentários.Parabéns!!!
    Meu filho tem 11 anos e já estudou em 5 escolas. Todas em estados diferentes do Brasil. É lamentável o despreparo das escolas. Somente uma dessas 5 trataram meu filho da forma esperada. Laudo infelizmente não resolve quando a escola não tem interesse neste tipo de alunos. Para Muitos pais que sofrem como eu, aconselho metodo KUMON, é indispensável na vida do meu filho, foi lá que aprendeu a ler e seu entendimento está cada vez melhor. Desde os 6 anos estou nessa luta diária, com fono, Psico, e nenhum faz tamanha diferença que o KUMON faz. Abraço

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      1. Gostei muito do texto de sua mãe, estou mudando de estado e acabo de saber que a escola que me minha filha iria estudar, me desaconselhou de colocá-la lá . Nos sentimos perdidos e desamparados, se a escola não pode me ajudar, quem podera?

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  6. Boa noite. Tenho um filho dislexco, ele tem 16 anos, foi fechado o diagnóstico quando ele tinha 11 anos. É muito difícil. Os colégios estão absolutamente despreparados para essa realidade. Eles so sabem cobrar, mandar levar pra psicólogo, psicopedagogo. Mas quando queremos os direitos garantidos dentro da escola, não acontece nada. Isso não pode continuar assim. Sofro junto com meu filho. É assim mesmo que eles falam, “o aluno não quer nada, está se escondendo atras do laudo”. É muito triste vc ver seu filho entrar em depressão por causa desses julgamentos, desses rótulos. Eles tem que tomar vergonha na cara e se especializarem, estudar sobre os problemas que temos hoje em dia. Porque é um trabalho conjunto. Não adianta nada só uma parte fazer . Tem que ser ambas . Ser as mãos.

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  7. Infelizmente as escolas não estão muito interessadas em nossos filhos e sim em nosso dinheiro, despreparo total nem os direitos dos disléxicos são respeitados,não desisto do meu filho nunca.

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  8. Meu filho tem 4 anos e foi diagnosticado com dislexia .no começo achei estranho ele não saber o nome das letras e gravar seu nomes falei com a escola acharam normal mas falei com a fononele fez alguns teste com diagnosticou deslexia ,confesso no começo fiquei sem chão o que fazer ,como me comporta várias dúvidas apareceram estou um pouco perdida ainda mas estou achando na música ajuda agora aqui na minha casa tudo e musicado assim ele consegue memorizar

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  9. Meu filho tem 5 anos e apresenta sinais precoces para dislexia, o que, pela idade dele, ainda não é um diagnóstico. Mas tenho dúvidas se o ideal seria uma escola de ensino tradicional ou uma escola contstrutivista, ou com ensino por projetos por exemplo. São tantas metodologias que estou muito perdida e a alfabetização começa ano que vem.

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