Como Motivar Filhos Disléxicos

Como Motivar Filhos Disléxicos

Um dos grandes, se não o maior desafio dos pais, é Como Motivar Filhos Disléxicos. Tenho observado que alguns alunos, mesmo depois de quase cinco meses de isolamento social, ainda não conseguiram se adaptar à modalidade de  ensino remoto, alegando que estão desmotivados e sem entusiasmo para estudar. 

Frustrações dos Filhos Disléxicos

Não tem sido um processo fácil para ninguém! Com relação às crianças e adolescentes que apresentam a dislexia do desenvolvimento,  os impactos podem ser bem  mais intensos, uma vez que já convivem com as frustrações em relação ao desempenho escolar os quais, nem sempre, correspondem aos esforços que dedicaram em suas atividades. Textos longos, questões com enunciados enormes e  vídeo-aulas com mais de 50 minutos  podem ser  ingredientes perfeitos para o insucesso escolar de um disléxico em tempos de pandemia. Mas então, o que fazer? Quem pode ajudar esses alunos a prosseguirem no processo de aprendizagem  neste momento tão atípico em que estamos vivendo? 

“Eu não queria ter as dificuldades que tenho.” (Y. P., 10 anos)

“A dislexia  ainda é um fardo muito pesado para mim; já consegui melhorar bastante em relação ao que eu era com as psicoterapias, mas ainda me sinto mal pelas dificuldades que tenho por causa da dislexia e da discalculia. “  (E. L. O., 17 anos)

Citação de Pacientes Disléxicos

Importância da Família Presente na Criação de Filhos Disléxicos

De acordo com a psicopedagoga Ana Cristina Cruz Pinto, “A  família constitui uma estrutura fundamental para o desenvolvimento de toda e qualquer criança e tem um papel fundamental no processo de reeducar a criança com dislexia, e fornecer-lhe instrumentos diversos e alternativos na aquisição de linguagem. Se faz necessário um trabalho diferenciado e multidisciplinar, bem como a cooperação dos familiares, amigos e professores para que esse indivíduo seja incluso e que possa realizar todas as atividades de modo pleno sem se sentir diferenciado por ter uma determinada dificuldade em decorrência de tal transtorno, pois essa dificuldade não pode aprisioná-lo para desempenhar tais ações.” 

Desafios enfrentados pelos Pais

Os primeiros “professores” das crianças, muitas vezes, são seus pais, mas nesse cenário atual têm sido frequentes os relatos de pais alegando que estão revivendo a experiência de sala de aula para ajudarem seus filhos nas tarefas escolares. Infelizmente, não é o tempo todo que esses pais conseguem motivar seus ninos e ninas, uma vez que, além das atividades da escola, outras questões de ordem financeira, emocional podem interferir diretamente na motivação dos próprios pais e eles se sentirem impotentes diante da situação. 

Nesse texto, não tenho a pretensão de passar uma receita infalível para  amenizar esses problemas, mas apenas direcionar atitudes  que podem ser tomadas que contribuirão para uma melhora na dinâmica familiar e, consequentemente, no  aprendizado  dessas crianças. 

Você, pai ou mãe, precisa entender que não precisa ser perfeito e nem especialista em transtornos de aprendizagem, mas quanto mais informações você tiver sobre seu filho e sobre a  melhor forma com a qual  ele aprende, mais benefícios conseguirão ter dos momentos de estudos. Procure ser positivo  e otimista com seu filho, faço-o enxergar  o seu potencial para que ele se sinta cada vez mais seguro. 

Relação com os Filhos Disléxicos

Você sabia que, às vezes,  seu filho tenta “esconder” algumas dificuldades com medo de dar essa “tristeza” para vocês e por perceber que, talvez,  vocês já enfrentam tantos problemas e ainda têm que ouvir seus reclames?  Daí a importância de dialogar com seu filho! Aproxime-se dele! Faça-o perceber que estão juntos nessa! Não permita – de forma nenhuma – que ele se vitimize ou que se sinta inferior aos outros devido ao fato de apresentar o transtorno.  Através do diálogo, você pode ajudar a minimizar  o sentimento de culpa que talvez ele sinta  por “ser  do jeito que é”.  Faço-o perceber os avanços e conquistas que já alcançou para que possa se sentir cada vez mais motivado e confiante. 

Se  você se deparar com uma situação muito complexa e que parece não saber lidar com ela, busque ajuda de um especialista a fim de receber sempre o apoio e orientações adequados. Nenhum pai erra querendo errar! Tenho total certeza de que SEMPRE o objetivo é acertar e se seu filho souber que estão construindo isso juntos, vai se sentir muito mais acolhido, muito mais importante e sem aquele sentimento de menos valia que às vezes lhes acomete.

Caminhos para uma Motivação Eficaz

Para poder ajudar seu filho, talvez você precise saber de algumas coisas bem importantes. Vou tentar, de  uma maneira bem simples, explicar como nosso “cérebro”  funciona em relação ao processo de memorização de conteúdo. Para que as crianças – tenham elas transtornos ou não – aprendam, é necessário que ela esteja “preparada” para tal tarefa. Mas como assim? Há cinco “etapas” que precisam ser seguidas e a participação dos professores -e, principalmente de  vocês  nesse momento- é fundamental! O nosso “cérebro” precisa avançar as “etapas” descritas abaixo para, finalmente, memorizar uma informação. São elas:

  1. Emoção ou afetividade
  2. Motivação
  3. Atenção
  4. Meio
  5. Memória

Mas o que eu, como pai ou como mãe,  posso fazer  para otimizar esse processo? Em que “etapa” eu posso “entrar” para ajudar meu filho?

Etapas com maior controle

Vamos lá!!! Nas etapas 1, 2 e 4 a participação de vocês é imprescindível!!! Quando a criança sente  que a pessoa que está  sempre com ela nas tarefas escolares tem AFETO por ela, se sente mais calma, menos ansiosa e disposta a aprender.  MOTIVAR seu filho seria outro fator muito importante!  Valorizar cada pequeno avanço de seu nino e nina; fazê-lo entender que o erro faz parte da aprendizagem  e até mesmo oportunizar um momento lúdico após as tarefas, podem ser grandes motivadores para o aprender.

Ele precisa perceber  suas conquistas e, para isso, alguém precisa mostrar  para ele de uma forma bem  clara. Outro fator que pode interferir de forma negativa na motivação de seu filho é a execução de muitas tarefas ao mesmo tempo. Isto não é produtivo! Tente  fazê-lo  concentrar seus esforços em uma tarefa por vez. Além de evitar o estresse e ansiedade, as chances de ele  conseguir êxito são muito maiores!  

O Controle do “Meio”

O “MEIO”  também é uma “etapa” que pode sofrer interferências diretas dos pais e professores para favorecer o aprendizado da criança. Para interferir no meio você precisa conhecer seu filho, como ele aprende, o que dá certo e o que dá errado, para evitar frustrações.  Evite ser hostil e prefira ser amigo de seu filho! Percebo que, quando pai e filho estão em sintonia, conseguem  encontrar juntos as melhores estratégias de aprendizagem.  Seria também, muito importante, que vocês traçassem juntos uma rotina possível de acontecer  assim como um quadro de prioridades e objetivos que pretendem alcançar em curto prazo, lembrando de considerar o tempo de aprendizagem dele e ir, gradativamente, aumentando  o grau de exigências  na proporção que  perceber a sua evolução. 

Conclusão sobre a Motivação de Filhos Disléxicos

Algum pai pode estar dizendo “mas assim vou deixar meu filho sempre dependente de mim!” A minha resposta é “não”! Vejo que ele vai ficando cada vez mais autoconfiante quando percebe que é capaz! Mas como ele pode perceber isso? Quando você, pai, mostra pra ele o quanto ele já avançou (o quadro de prioridades e objetivos pode   te ajudar  nessa missão) e o quanto ele é capaz!!! 

Conversar com ele ABERTAMENTE sobre as dificuldades que vem apresentando; sobre a necessidade de refazer alguma tarefa e  sobre o quão é importante que ele se empenhe naquilo que está proposto a ser desenvolvido, dando o seu melhor sempre, devem ser praticados diariamente. É incrível como isso funciona! Estamos falando de parceria, de amor, de cumplicidade, de lealdade entre pai e filho! Uma parceria que já mostrou dar excelentes resultados, afinal, ninguém mais do que você quer o melhor para seu filho!

Seu filho tem dislexia e está precisando de ajuda? Escreva para mim sou Psicopedagoga e professora de Língua Portuguesa:

Maria Silvana – ABPp 13265

  • Psicopedagoga Clínica – Sinapses
  • Psicopedagoga Clínica – AMEE, Santo Antonio de Posse – SP
  • Professora de Língua Portuguesa

2 Comentários


  1. Olá! Tenho uma filha que tem o diagnóstico de dislexia. Ela tem 10 anos e está sofrendo na escola porque se sente diferente dos demais, ela não se sente uma boa aluna em nenhuma matéria e até ciências que ela mais gosta se sente decepcionada porque não foi bem avaliada. E hoje ficou sabendo que necessitará de recuperação entrou em desespero porque ela tem que ser diferente. O que posso fazer para ajudá-la, orientá-la, animá-la?

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