Dons da Dislexia – Parte II: Persistência

Dons da Dislexia – Parte II: Persistência

Se você leu a primeira parte (caso não, clique aqui) ou vem acompanhando nosso blog, já deu para notar que eu curto muito o fato de ser uma pessoa com dislexia. E frases como de Celso Portiolli que diz “Venci a Dislexia e Hoje estou aqui” que implicitamente trata a dislexia como sendo um entrave na nossa vida, a grande culpada por não atingirmos o sucesso ainda; me incomodam profundamente! Caso você também seja disléxico, lembre-se de uma coisa: ela é sim um transtorno, mas nada nos impede aproveita-la ao nosso favor.

E com esse espírito, percebo que quem tem dislexia é literalmente um cabeça dura! Quando coloca algo em mente e está motivado, saí da frente pois o “rolo-compressor” está passando. Ele não para até conseguir; e além do mais, por ser um criativo nato, busca saídas incomuns para os problemas apresentados. Você pode perguntar “Ok, mas como consigo fazer isso?” Simples: com um bom sistema de apoio e autoconfiança, o disléxico tem a grande habilidade de fazer brotar força nas adversidades; uma vez que ele decida encarar uma situação, ele exibe grande determinação.

O que eu faço quando tenho vontade de parar e me render ao cansaço é encarar minhas metas como se fossem jogos – como ler um livro inteiro, escrever no blog antes de ir trabalhar, acompanhar as notícias no jornal, estudar 15 minutos todos os dias (imagine um grande “videogame” cujo personagem principal é você mesmo, show de bola né?). À medida que vou superando cada um dos desafios (ou “passando de fase”) transforma algo que era assustador em algo prazeroso! Batalhar e superar obstáculos torna-se algo muito mais natural.

Este causo contarei mais detalhadamente em um texto futuro, mas só para vocês terem uma idéia: como qualquer disléxico, na minha adolescência eu detestava com todas as moléculas do meu ser, ter que ler um livro. Solução? Minha mãe comprava livros do assunto que eu mais amava: futebol (como sempre fui um perna-de-pau, eu compensava minha falta de habilidade futebolística com conhecimento sobre o esporte). A história do futebol era um assunto que realmente me fascinava, eu devorava livros e mais livros, revistas e mais revistas, DVDs e mais DVDs sobre futebol. Meu padrasto já chegou a reclamar “Pippo, você só fala de futebol! Não dá pra conversar sobre outra coisa?” Foi então que quando o assunto já estava uma encheção de saco até para mim, minha mãe muito sabiamente, junto com meu professor de reforço, passaram a me apresentar outros títulos sobre outros assuntos (e instigavam minha curiosidade para que eu me aprofundasse mais).

De vez em quando o jogo dá game over, ou seja, podemos errar um pouquinho aqui ou ali, mas sinceramente não vejo como algo ruim. Errar é humano, mas analisar a situação e ver como evitar que aconteça de novo é GENIAL. Como já disse em outro texto “…faça do fracasso um caminho para se fortalecer, não um motivo para desistir…” Mesmo com alguns tropeços, saber que venci por meio da persistência me estimula a continuar avançando, para atingir novas metas.

Sejamos sinceros galera, diariamente surgem na nossa vida desafios que parecem impossíveis, mas o simples ato de abrir um sorriso a cada “fase completada” pode transformar nosso dia. Além disso, você pode estabelecer para si mesmo pequenas recompensas à cada meta atingida. Sem dúvida, a maior recompensa é terminar a tarefa, porém uma barrinha de chocolate depois de um trabalho duro ajuda qualquer um, afinal ninguém é de ferro!

23 Comentários


    1. Pura verdade, tem pessoas que pensam que somos pena, gosta de soprar para nos ver, voar ! Voaremos mais de uma forma segura! porque eu sei que Deus nos protegem!!

      Responder

  1. Boa noite vc realmente e surpreendente parece que vc esta dentro da minha cabeça rss.. vc mi conhecer? eu mi indentifique muito com seus textos, eu tenho muitas dificuldades não vou negar, mais tenho um capacidade de mi motiva que as vezes em comoda as pessoas rss.. mais tbm chamo muita responsabilidade pra min, minha familia mi ver como um ponto de referencia todos os problemas que aparem..eles vamos pergunta pra Josélia ela e chata mais resolvi. rsss..obrigada por esse canal.

    Responder

  2. Amei ! Eu também vejo da mesma forma!
    Eu comei a fazer teatro aos 16 anos de idade em um grupo amador, mais foi um curso que tinha na escola que eu estudava, que fez eu ter interesse pelo teatro. Aos 17 fui estudar em uma escola profissional para Atores e Atriz, eram poucas escolas especializada. Eu aceitei o desafio de mesmos com as minhas limitações e medo ! Embora a escola de teatro ara bem longe ! Eu resolvi faze-lo era apenas aos sábados. Eu amei desde o primeiro dia de aula, ara muito dinâmico e divertido ! eu não via a hora de chegar sábado para eu ir para curso. no primeiro semestre e reprovei por que eu não conseguia para de rir com a pratica de alguns exercícios e tinha outra aluna também que ria muito e acabava rindo da risada dela e das coisas engraçadas que os outros alunos faziam com a orientação do professor.Eu reprovei mais achei que foi justo, o riso meu e da outra aluna, não só estava nós atrapalhando no nosso aprendizado , como também ao outros alunos.
    Então no segundo semestre controlei minhas emoções e a outra aluna que ria muito não estava na minha turma, pois a mesma também reprovou pelo mesmo motivo. Então fui em frente. Quando chegou a parte de ler texto em voz alta, mesmo com minha limitações para leitura no meios de muitos que já tinha uma curso Universitário não me senti rejeitada ou com qualquer outro tipo de preconceito.E isso fez com que cada dia eu procurasse ser melhor, escola e em tudo! Aproveitei fazer aula particular com a professora que dava aula de voz na escola de teatro. como ler mais rápido, as intonações das frases, e foi ai que eu comecei a melhorar minha leitura, mais sentia que tinha que melhorar mais ! procurei uma professora de Português eu não conseguia explicar para a mesma qual era a minha dificuldade, e ela também não sábia por onde começar. Então eu fiquei só com a fono. A pedido da escola não só para mim com para todos os alunos, que não tinha passado por uma avaliação com psicólogo, era para passar e levar um relatório. como foi passar por esse profissional.Eu amei passar por uma psicologa era a primeira vez que estava passado. falei sobre minhas dificuldades nós estudos. a mesma me aconselhou procurar um neurologista. e foi o que fiz buscando a resposta para todos as minhas dificuldades. O exames pelo Neuro não deu nada! o eu perguntei porque eu não aprendo? O médico respondeu : você tem a memória fraca.Em 1983 não tinha ainda um conhecimento sobre disléxica. Eu não acreditava na palavra Burro! Então foi buscar uma resposta por meio de livros de psicologia e religiões. ( um dos meus primeiro foi o livro inteligencia emocional) Eu consegui nesta busca uma Religião que me reapoderam todas as minhas duvidas , e que me ajudou a Conhecer Deus e Jesus Cristo e ama-lós e confiar neles ! E para mim foi uma grande bença na minha vida em todos os sentidos.
    Nesta época eu estava no 3º ano do curso profissionalizante de teatro. Por motivo pessoal eu acabei deixando o curso de teatro. foi muito triste para mim,e para escola pois eles reconheceram o meu potencia para a arte. me perguntara se eram por motivo financeiro ? eu respondi que não ! eu sei quando ele foi importante para meu crescimento em todos os sentidos, principalmente minha timidez e medo.resumindo a minha História: Eu parei o teatro, não dá para escrever todo meu sofrimento na escola e na vida profissional. Meu trabalho pediram para trabalhar no departamento financeiro, tinha que cursar uma Universidade. Ainda bem que eu não tinha desistido de procurar pesquisando , por que não aprendia na escola como todos ? Depois fui estudar sobre o desenvolvimento dos meus 10 irmãos os 11 são igual ! kkk E vi que todos tinha o mesmo tipo de dificuldade, em meus dois irmãos a dificuldade deles são mair ou nós mulheres somos mais determinadas, essa parte ainda tem que ser pesquisada ! kk
    Ao assiste o Dr G. valeira falar sobre dificuldade na escola e falta de atenção , poderia ser Dislexia,eu nunca ouvi falar ! então eu anotei a palavra para não esquecer! E fui procurar na Internet,Então. ao fazer uma grande pesquisa sobre o assunto. Me vi neste grupo.
    fiquei desapontada com os psicólogos e neuros pelo o qual eu fazia tratamento. Pela internet também descobri o endereço e telefone da ABD. Então fui me informar qual era o meio para saber se eu realmente era disléxica. Então fazer todos os procedimento que vocês já conhecem. A principio antes de fazer todos os procedimento, de acordo com meus relatos,eles acharam que eu poderia ser disléxica ou imperativa. Fiz o teste pela internet quando cheguei em casa para ver se eu imperativa. deu no teste que eu não era, procurei o teste para saber se era dislexia , então o resultado foi sim ! Então resolvi fazer todo os procedimentos para ter a certeza. Quando recebi o resultado, confirmando que eu era disléxica, Eu fique muito feliz! Por a minha pesquisa e duvida ter chego ao fim ! Eles na ABD. até ficam surpresos a dá me a noticia ! pois os mesmo quando tem que falar para os pais que seus filhos são: recebem a noticia com lágrimas! E meu desejo era ajudar esses pais, para não chorar e ter animo ! Porque Deus nunca nós dá um fardo maior. do que podemos suportar, antes para mim era um fardo ! Hoje é uma bença de Deus.
    novamente resumindo ! rsrs Hoje eu estou aposentada por tempo de contribuição.Eu já estou cadastrada em uma agencia de Publicidade para dar continuidade o que eu tinha parado (arte ) Como eu não terminei o curso todo, não tenho o DRT. Então posso fazer comercias figuração e eventos. E assim vou ficar feliz por fazer o que eu Gosto.E vai poder me ajudar a complementar a minha renda da aposentadoria.Eu com 49 anos tenho muita história para contar.Vou continuar lutando ! pois tenho que pensar não somente com a minha família sobrinhos e outros. Ao visitar minha mãe na Bahia, e acompanha-lá até a medicas de idosos pois a mesma , tem 87 anos. Pude ajudar a médica a receita um remédio um para minha Mãe ! Ao relatar para para Dra.ref. meu laudo que eu sou disléxica.E que eu não sábia se era do meu Pai ou da minha Mãe. Ela certeza é sua Mãe.Eu vou receita um remédio para ela. Minha mãe, estava antes insuportável, todo tempo tinha que está mudando de pessoas para cuidar dela. As empregadas só estavam também aguentando por que estavam precisando.Ela começo tomar o remédio no inicio de agosto. falei com minha irmã agora por telefone, ele me respondeu ! oh ! esta outra pessoa !! Fico feliz por poder ter ajudando a minha Mãe e por ela está bem , pois nem um filhos que moram perto dela estavam mais com paciência ! me desculpa pelo longa História resumida !! Se é uma coisa que eu ainda não aprendi é fazer resumo ! rsrs

    Responder

    1. AMMMMMEEEEEEI SUA HISTÓRIA,
      Mesmo eu sendo disléxico fiz questão de ler tudinhooo, me chamou atenção desde o começo.
      Fico muito feliz com a sua superação. Deus te abençoe muito!

      Ps: eu sempre quis entrar no teatro *-*

      Responder

  3. Se voce tem perna partida elogie a paragem que teve de fazer e lhe permitiu tempo para pensar. Nao elogie a perna partida porque Isso e mau.Defenda a cura da perna. Se voce tem dislexia elogie o facto de a dislexia lhe permitir uma boa capacidade de raciocicionio e de o motivar a usar esas capacidade.Nao elogie a dislexia porque ela e limitadora. Defenda antes o tratamento da dislexia e a continuacao da motivación para usar sua capacidade de raciocinio. A dislexia e uma disfuncao perceptiva de origem proprioceptiva. Ja existe tratamento.

    Responder

    1. A dislexia uma disfunção perceptiva donde tiraste essa ideia. Ter uma percepção diferente não e ter um disfunção ser diferente não e ser disfuncional. Não será o sistema que e disfuncional e não permite ao disléxico ser o que devia ser , um humano com um cérebro diferente um pensador livre algo muito perigoso para o nosso mundo , bem como os disléxicos tem uma percepção multidimensional da realidade com um processamento de informação superior em muitos casos ao chamado normal um capacidade de detectar anomalias coisas estranhas nas imagens ou como alguns diriam dentro dos segredos.

      Responder

    2. Alves .da Silva .A dislexia uma disfunção perceptiva donde tiraste essa ideia. Ter uma percepção diferente não e ter um disfunção ser diferente não e ser disfuncional. Não será o sistema que e disfuncional e não permite ao disléxico ser o que devia ser , um humano com um cérebro diferente um pensador livre algo muito perigoso para o nosso mundo , bem como os disléxicos tem uma percepção multidimensional da realidade com um processamento de informação superior em muitos casos ao chamado normal um capacidade de detectar anomalias coisas estranhas nas imagens ou como alguns diriam dentro dos segredos

      Responder

  4. Eu nunca pensei que minha persistência e minha dislexia tivessem ligação.

    Responder

  5. Pipo,

    Você esta te parabéns pelo seu site! Eu amo esse site! Pois eu digo sou disléxica com orgulho.

    Responder

  6. Pippo parabéns pela coragem, iniciativa e preocupação em compartilhar suas experiências e desafios. Sou professora de um aluno dialético extremamente esforçado determinado e inteligente. Temos construído uma linguagem única e transparente. Espero continuar colaborando com a formação deste aluno e amenizar o dilema de seus pais. Abraços

    Responder

  7. Descobrir na adolecencia ainda to tentando lidar com ela e principalmente porque depois de muitas tentativas conseguir ingressar na universidade publica,tantos altos e baixo mais me identifiquei com vc kkkk sou temosa também, muito bom ler suas palavras…obrigado e parabéns.

    Responder

  8. Quando era pequena tinha muita dificuldade na escola e aos 7 anos após uma consulta médica meus tios descobriram que eu tinha dislexia e dislalia. Na época não sabia o que era isso e nunca chegaram a me explicar o que era exatamente, cresci sem entender o porquê de ter tanta dificuldade em escrever, ler, falar e sofrendo bully por meus colegas e até mesmo um professor que chegou a dizer que eu fazia aquilo para chamar atenção. Até começar a ver as coisas de forma diferente e criar para mim métodos para lembrar das palavras sem ter que entender seus sons, apesar de ser bem difícil lembrar de como escreve às vezes. Aos 11 já era uma das melhores alunas da escola, com notas excelentes e um “dom” para redação, nessa época quis até ser escritora kkkkk. Agora tenho 19 e após ler seus textos fiquei muito admirada com a forma que você trata a dislexia. Sempre pensei que eu era uma linha fora da curva por causa da minha imaginação e persistência, nunca cheguei a imaginar que isso teria a ver com a dislexia, ao saber disso começo a ver esse transtorno com outros olhos. Na sociedade atual não se tem ainda a devida atenção com os tratamentos como também a informações verídicas desse transtorno dificultando assim o convívio.

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *